QUADRO DE ESCATOLOGIA BÍBLICA - 17/05/2020
A Cronologia Escatológica do Profeta Joel (5ª Parte)
Em razão do terrível terrorismo que levou à morte numerosos civis, o governo israelense se viu forçado a erguer cercas e muros, separando as áreas judias das palestinas. A Transjordânia foi atribuída aos jordanianos e a Cisjordânia continua a ser objeto de disputa. Os EUA buscam uma solução com dois estados e repetidamente se têm oferecido como mediadores, o que, porém, até agora não teve êxito. Recentemente o presidente americano Donald Trump afirmou: “Contemplo um estado e dois estados, e posso conviver com ambos”.
Em 2000, o primeiro-ministro israelense Ehud Barak (esquerda) ofereceu ao líder palestino Yasser Arafat (direita) abrir mão de 95% da Faixa de Gaza e da margem ocidental e declarar partes da Jerusalém Oriental como capital palestina. Arafat, porém, recusou.
Do ponto de vista da palavra profética da Bíblia, uma divisão em Israel e em Jerusalém é perfeitamente plausível. Não só Joel se refere a isso, como também Jesus. Jerusalém será pisada pelas nações até que o tempo das nações se esgote (Lc 21.24; Ap 11.2). No entanto, o tempo das nações só se esgotará com o fim da grande tribulação e a subsequente volta de Jesus em glória. Portanto, o futuro ainda será muito instigante, e observamos aqui a atualidade da profecia de Joel.
Os debates em torno da terra sempre terminaram em guerras, e pode-se esperar que a situação ainda piore. Zacarias também fala disso: “Farei de Jerusalém uma taça que embriague todos os povos ao seu redor, todos os que estarão no cerco contra Judá e Jerusalém. Naquele dia, quando todas as nações da terra estiverem reunidas para atacá-la, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todas as nações. Todos os que tentarem levantá-la se machucarão muito” (Zc 12.2-3).
Isto nos conduz ao próximo ponto da profecia cronológica de Joel: “Proclamem isto entre as nações: Preparem-se para a guerra! Despertem os guerreiros! Todos os homens de guerra aproximem-se e ataquem. Forjem os seus arados, fazendo deles espadas; e de suas foices façam lanças. Diga o fraco: ‘Sou um guerreiro!’ Venham depressa, vocês, nações vizinhas, e reúnam-se ali. Faze descer os teus guerreiros, ó Senhor! ‘Despertem, nações; avancem para o vale de Josafá, pois ali me assentarei para julgar todas as nações vizinhas. Lancem a foice, pois a colheita está madura. Venham, pisem com força as uvas, pois o lagar está cheio e os tonéis transbordam, tão grande é a maldade dessas nações!’ Multidões, multidões no vale da Decisão! Pois o dia do Senhor está próximo, no vale da Decisão” (Jl 3.9-14).
Em seu conhecido sermão escatológico no monte das Oliveiras, Jesus Cristo falou de guerras e rumores de guerras, de nações em conflito umas com as outras, tudo isso como o início das dores (Mt 24.6-8). Na abertura do segundo selo no Apocalipse, na introdução do dia do Senhor, também se fala de guerras (Ap 6.3-4). Para Daniel foi profetizado: “Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação: guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas [plural]” (Dn 9.26).
Este é exatamente o curso da história do nosso mundo: o Messias foi crucificado. Posteriormente vieram os romanos e destruíram Jerusalém e o templo nos anos 70 d.C. e 135 d.C., como numa inundação avassaladora. A partir daí a história da cidade seria marcada por guerras e destruição. E, de fato: desde então as guerras e devastações têm sido constantes – e muito particularmente em relação ao judaísmo. Isso prosseguirá até o fim.
Guerras, rebeliões, abusos contra o judaísmo, pogroms, perseguições, opressão islâmica, inquisições, as duas guerras mundiais, as guerras e o terrorismo após o retorno dos judeus à sua terra... isso continuará assim até a volta do Senhor. E com essa volta se completará esta era e o fim dos tempos das nações (Mt 24.3; Lc 21.24). “Mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.13-14). (por Norberth Lieth)