QUADRO DE ESCATOLOGIA BÍBLICA - 16/05/2020
A Cronologia Escatológica do Profeta Joel (4ª Parte)
(Norbert Lieth)
É como o Senhor diz por meio de Joel: “... repartiram entre si a minha terra”. – O conflito entre Israel e a liderança palestina em torno dessa mesma terra é chamado de conflito do Oriente Médio. Até hoje, Tiro, Sidom e os distritos filisteus são rigorosamente hostis a Israel. O dr. Roger Liebi alerta para o fato de que a Filisteia designa a terra dos filisteus. Desde a Antiguidade, essa região ocupa a Faixa de Gaza e um pouco além. O termo “palestinos” remonta à designação latina dos filisteus. No árabe, isso fica mais claro. Na Bíblia árabe, a palavra para filisteus é filastini. “Uma tradução moderna possível seria ‘distritos palestinos’.”
O fato é que, com a reentrada de judeus em sua pátria milenar, as lutas em torno da terra começaram. Os judeus reivindicavam sua pátria, as potências mundiais lutavam por uma solução, os estados árabes preferiam uma “solução final”. A ONU, que reúne os povos, não leva em conta que Deus disse: “... repartiram entre si a minha terra”. As nações pensam poder reivindicar a terra de Israel por meio de uma resolução após a outra. Não percebem que com isso estão se rebelando contra Deus e que ele cobrará contas delas por isso.
A Associação de Imprensa Europa Israel (EIPA, na sigla em inglês) escreve: “Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral da ONU deliberou a respeito e emitiu, com 33 votos contra 13, uma resolução sobre a partilha da terra. O plano de partilha falava de dois estados a serem criados no território: um judeu e um árabe. Segundo esse plano, cerca de um terço do Estado judeu consistiria da pequena planície costeira novamente fértil mais a Galileia, e cerca de dois terços seriam da grande região árida do deserto do Neguebe, correspondendo ao todo a 56,47% do território restante do Mandato da Palestina sem a Jordânia. Naquela ocasião, o deserto do Neguebe não podia nem ser aproveitado para agricultura nem era possível erigir cidades ali [...] Segundo o plano de partilha da ONU, a região de Jerusalém e Belém se tornaria uma zona internacional. A liderança sionista aceitou oficialmente o plano de partilha da ONU, embora tivesse esperado encontrar um meio de ampliar as fronteiras do Estado judeu. Já os árabes palestinos e os estados árabes vizinhos rejeitaram o plano de partilha da ONU e interpretaram a votação da Assembleia Geral como traição internacional. Em seguida, iniciaram um ataque militar coordenado contra os judeus, poucos dias após a aprovação do plano da ONU”.
Nas guerras subsequentes sempre se tratou de dividir a terra, de estabelecer um Estado palestino, de não reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de eliminar os judeus o mais completamente possível. A comunidade internacional buscava e ainda busca uma solução com dois estados, tendo-se chegado a zonas de autonomia administrativa palestina. Noções como “Acordos de Camp David I e II” ou “Resoluções de Oslo I e II” entraram para a história. No Camp David II, do ano 2000, o primeiro-ministro israelense Ehud Barak ofereceu ao líder palestino Yasser Arafat abrir mão de 95% da Faixa de Gaza e da margem ocidental e declarar partes da Jerusalém Oriental como capital palestina. Arafat, porém, recusou. No mínimo, os palestinos reivindicam dois estados separados nos limites de 1967, o que para os israelenses está fora de cogitação porque isso corresponderia a um suicídio.