O episódio do Templo em que
os judeus, ao ouvi-lo pregar em Jerusalém, se perguntaram maravilhados: “Como é
que este é letrado, se não estudou?” (Jo 7,15). Faz-nos entender que Jesus
frequentava em Nazaré, juntos com os outros meninos a escola da sinagoga, que
ajudaram ele a ler e a escrever em hebraico
Olhando a literatura Judaica
da época de Jesus vemos que toda a criança judaica, por motivos religiosos
necessitava aprender ler e a escrever. Jesus não fugiu esta regra do judaísmo.
Percorreu todos os caminhos que uma criança deveria percorrer. Não temos, pois,
nos Evangelhos provas seguras de que Jesus soubesse ler e escrever.
Entretanto podemos saber por
outras vias. Durante o tempo de infância de Jesus existia em Nazaré, uma
pequena escola, aonde se reuniam os meninos a partir dos cinco anos. O local
por motivos religiosos estava anexo à sinagoga, e o programa escolar constava
de dois ciclos básicos fundamentais.
O primeiro ciclo durava
cinco anos. Se iniciava com o alfabeto hebraico, logo que se dominava a leitura
se estudava a Bíblia ao ponto de decorar textos e junto com isto se ampliava os
conhecimentos em outras áreas como geografia, história e gramática hebraica.
Terminada esta primeira
etapa, os meninos passavam para o segundo ciclo, que durava dois anos. Neles,
aplicavam-se ao conhecimento da “Lei Oral” judaica (chamada Mishná), isto é, às
interpretações e complementos que os doutores da Lei faziam das leis bíblicas.
Ao chegar aos 12 anos, os
meninos terminavam os seus estudos. Se algum era particularmente brilhante,
então podia cursar estudos mais avançados; para isso tinha de ir para Jerusalém
ou outra cidade importante do país, e inscrever-se nas escolas dirigidas pelos
mais célebres doutores da Lei.
Mas isso era privilégio de
uns poucos; a maioria dos jovens reintegrava-se na sua família, onde começava a
aprender com seu pai uma profissão para ganhar a vida. (www.abliblia.org)